Tarde vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde vos amei!
Eis que habitáveis dentro de mim,
eu lá fora a procurar-vos.
Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criastes.
Estáveis comigo, e eu não estava convosco!
Retinha-me longe de vós aquilo que não existiria,
se não existisse em vós.
Porém, me chamastes, com uma voz tão forte
que rompestes a minha surdez.
Brilhastes, cintilastes e logo afugentastes a minha cegueira!
Exalastes perfume: respirei-o suspirando por vós.
Eu vos saboreei, e agora tenho fome e sede de vós.
Vós me tocastes e ardi no desejo da vossa paz.
Confissões, X, 27, Santo Agostinho
2010/02/21
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