TODOS OS SANTOS
“Nota Histórica
«Os Santos, tendo atingido pela
multiforme graça de Deus a perfeição e alcançado a salvação eterna, cantam hoje
a Deus no Céu, o louvor perfeito e intercedem por nós.
A Igreja proclama o mistério
pascal, realizado na paixão e glorificação deles com Cristo, propõe aos fiéis os
seus exemplos, que conduzem os homens ao Pai por Cristo; e implora, pelos seus
méritos, as bênçãos de Deus.
Segundo a sua tradição, a Igreja
venera os Santos e as suas relíquias autênticas, bem como as suas imagens. É
que as festas dos Santos proclamam as grandes obras de Cristo nos Seus servos e
oferecem aos fiéis os bons exemplos a imitar» (Constituição Litúrgica, n.º 104
e 111).
Liturgia das horas
Dos Sermões de São Bernardo,
abade
(Sermo
2: Opera omnia, Ed. Cisterc. 5[1968], 364-368 (Sec. XII)
Corramos
para os irmãos que nos esperam
Que aproveitam aos Santos o nosso
louvor, a nossa glorificação e até esta mesma solenidade? Para quê tributar
honras terrenas a quem o Pai celeste glorifica, segundo a promessa verdadeira
do Filho? De que lhes servem os nossos pane-gíricos? Os Santos não precisam das
nossas honras e nada podemos oferecer lhes com a nossa devoção. Realmente,
venerar a sua memória interessa nos a nós e não a eles.
Por mim, confesso, com esta
evocação sinto me inflamado por um anelo veemente.
O primeiro desejo que a
recordação dos Santos excita ou aumenta em nós é o de gozar da sua amável
companhia, de merecermos ser concidadãos e comensais dos espíritos bem
aventurados, de sermos integrados na assembleia dos Patriarcas, na falange dos
Profetas, no senado dos Apóstolos, no inumerável exército dos Mártires, na
comunidade dos Confessores, nos coros das Virgens; enfim, de nos reunirmos e
nos alegrarmos na comunhão de todos os Santos.
Aguarda nos aquela Igreja dos
primogénitos e nós ficamos insensíveis; desejam os Santos a nossa companhia e
nós pouco nos importamos; esperam nos os justos e nós parecemos indiferentes.
Despertemos, finalmente, irmãos.
Ressuscitemos com Cristo, procuremos as coisas do alto, saboreemos as coisas do
alto. Desejemos os que nos desejam, corramos para os que nos aguardam,
preparemo nos com as aspirações da nossa alma para entrar na presença daqueles
que nos esperam. Não devemos apenas desejar a companhia dos Santos, mas também
a sua felicidade, ambicionando com fervorosa diligência a glória daqueles por
cuja presença suspiramos. Na verdade, esta ambição não é perniciosa, nem o
desejo de tal glória é de modo algum perigoso.
Ao comemorarmos os Santos, um
segundo desejo se inflama em nós: que, tal como a eles, Cristo, nossa vida, Se
nos manifeste também e que nos manifestemos também nós com Ele revestidos de
glória. É que de momento a nossa Cabeça revela Se nos não como é, mas como
encarnou por nós, não coroada de glória, mas rodeada dos espinhos dos nossos
pecados. Envergonhemo nos de sermos membros tão requintados sob uma Cabeça
coroada de espinhos, à qual por agora a púrpura não proporciona honras mas
afronta. Chegará o momento da vinda de Cristo; e já não se anunciará a sua
morte, para sabermos que também nós estamos mortos e que a nossa vida está
escondida com Ele. Aparecerá a Cabeça gloriosa e com ela resplandecerão os
membros glorificados, quando Ele transformar o nosso corpo mortal e o tornar
semelhante ao corpo glorioso da Cabeça que é Ele mesmo.
Desejemos pois esta glória com
total e segura ambição. Mas para podermos esperar tal glória e aspirar a
tamanha felicidade, devemos desejar também ardentemente a intercessão dos
Santos, a fim de nos ser concedido pelo seu patrocínio o que as nossas
possibilidades não alcançam.”
Cânticos
Entrada – Sr. quem entrará
Kyrie – P’ra fazer do mundo
Aleluia – Ale, ale, aleluia
Ofertório – Quem as mãos estende (separador: entrada 26)
Santo – Santo Alcantara
Pai-nosso – PN tu que estás
Cordeiro – CD Lento
Comunhão – Deus de Amor
Acção de graças – Ninguém te ama (versão normal)
Final – No soy digno (separador: vários religiosos 14) – estrofes 1, 3, 6 e 7